A Depilação com luz intensa pulsada está cada dia mais popular. O procedimento é seguro, mas é importante que ele seja feito por um bom profissional. Caso contrário pode trazer sérios riscos a saúde.
Conversei com a modelo Laura Cavalcante que foi convidada por uma clínica respeitada em Maceió, para realizar a depilação com luz intensa pulsada. Segundo ela as profissionais responsáveis pelo atendimento não a avaliaram e nem alertaram sobre os possíveis riscos.
Laura sofreu queimaduras de 2º grau, risco iminente de morte e infecção pela ausência de primeiros socorros, após o procedimento.
Convidei a profissional Estetocosmetóloga Rona Vanessa Benevenuti Carnelutti para esclarecer algumas dúvidas sobre depilação com luz intensa pulsada, que é uma de suas especialidades.
Como é feita a depilação com luz intensa pulsada?
Durante a aplicação desse aparelho um disparo de luz é feito na área onde se deseja depilar. Essa luz é fortemente atraída pela melanina (pigmento) do pelo, que absorve essa luz e por consequência remove parcialmente os pelos.
1° Erro ao usar luz intensa pulsada- não fazer avaliação
Antes de fazer qualquer procedimento estético, é importante que o profissional faça uma ficha de avaliação detalhada para saber se o cliente pode receber aquele procedimento ou não. Além disso, o fototipo da pele (cor) vai determinar como vai ser a aplicação. Cada pele vai funcionar de maneira diferente.
Nesse procedimento em especial tem algumas particularidades que devem ser levadas em consideração:
– Pessoas com pele negra ou bronzeada não devem passar pelo procedimento. A clínica aplicou o aparelho em Laura, sendo que o procedimento não era indicado para o fototipo dela.
– Se o cliente toma algum medicamento fotossensibilizante, pode aumentar a chance de queimaduras. Uma das mais conhecidas é a isotretinoína, popularmente conhecida como Roacutan.
– Enquanto estiver fazendo sessões de luz intensa pulsada, é importante evitar exposição ao sol e usar protetor solar. É necessário cuidar com a exposição até 1 mês depois da última sessão.
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2° Erro da depilação- sensibilidade x dor
Durante o procedimento Laura relatou a profissional que estava sentindo dor a ponto de se contorcer, no entanto, a profissional continuou a aplicação. O procedimento é considerado indolor. A responsável não deveria ter dado seguimento com o aparelho.
No fim do procedimento Laura começou a tremer e sentir uma dor imensa. Segundo 2 funcionárias da clínica, essa reação era de frio e nervosismo por conta da dor.
3º Erro do procedimento- aplicar o alta frequência
Tentaram amenizar a dor de Laura após o procedimento, inclusive usaram a alta frequência na área da depilação. Mas segundo a modelo, isso só fez piorar e aumentar a ardência, a tremedeira e os calafrios.
A região estava sensibilizada e muito dolorida (já estava com queimaduras, mesmo que ninguém tenha identificado), segundo o que Laura relatou para mim, a responsável fez aplicação da alta frequência, que é um aparelho que tem efeito térmico sobre a pele. Ou seja, aplicou calor sobre uma queimadura, sendo que o ideal seria justamente o contrário.
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4º Erro da depilação com luz intensa pulsada- não encaminhar ao médico
Em nenhum momento as ‘’profissionais’’ encaminharam Laura para o médico. Além disso, afirmaram que essa reação poderia ser uma alergia e que o médico indicaria um antialérgico. Ela foi ao hospital por conta própria, porque a dor estava muito grande e ainda bem que ela foi!
Além da ausência de primeiros socorros adequados, as responsáveis fizeram suposições sobre um diagnóstico médico. O único profissional que pode de fato dar um diagnóstico real e preciso é o médico.
Segundo a responsável pela clínica, o espaço era preparado para lidar com pele negra. Mas não tinham conhecimento de como proceder com a intercorrência, pois nunca tinha acontecido até então. No entanto, o procedimento não é indicado para o fototipo de Laura.
Ficou claro desde o início o despreparo e a falta de profissionalismo. Sei que grande parte das pessoas não faz ideia de como funcionam os procedimentos estéticos. Por isso decidi fazer esse alerta. Seja exigente ao escolher um profissional e questione sobre os procedimentos, pois estética não é superficial e precisa estar alinhada à medicina.
Fotos bonitas de antes e depois no Instagram, não definem a qualidade de um trabalho.